domingo, 4 de abril de 2010


Ó mera brancura
Do luar que se esfolha,
Ó rio da alvura
Do luar que te molha -
.
Montanhas que ao longe
Não têm um grito,
Todas um só monge
No claustro infinito -
.
Murmúrio das águas
Que ao luar que as não vê
É sonhos, sem mágoas,
Macieza que é
.
A alma da noite,
A sombra do luar...
Ó nunca eu me afoite
Até não sonhar!...
.
Fernando Pessoa

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