terça-feira, 18 de maio de 2010


APELO
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Quem quer que sejas, vem a mim apenas
De noite, quando as rosas adormecem!
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Vem quando a treva alonga as mãos morenas
E quando as aves de voar se esquecem.
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Vem a mim quando, até nos pesadelos,
O amor tenha a beleza da mentira.
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Vem quando o vento acorda em meus cabelos,
Como em folhagem que, ávida, respira...
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Vem como a sombra, quando a estrada é nua,
Num risco de asa, vem, serenamente!
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Como as estrelas, quando não há Lua
Ou como os peixes, quando não há gente...
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Pedro Homem de Melo

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