sábado, 5 de junho de 2010


Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas: Verde!…
E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!
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Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons… acerta… desacerta…
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas cotidianas…
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Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço…
Pra que pensar?
Também sou da paisagem…
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Vago, solúvel no ar, fico sonhando…
E me transmuto… iriso-me… estremeço…
Nos leves dedos que me vão pintando!
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Mário Quintana
In "A Rua dos Cataventos"

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