quinta-feira, 1 de julho de 2010


NO SILÊNCIO
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No silêncio
Do meu desânimo triste,
Fui quebrando
As últimas ilusões...
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Da vida não quero nada.
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O que é que a gente constrói
Dando amor ou amizade?
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Tranquiliza-te, sei bem:
Eras o único afecto
- Um frágil fio de cambraia
Envolvendo
A mais sólida ilusão -
Que se esvaiu como as outras...
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Da vida não quero nada.
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De tudo me hei-de esquecer...
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E se aperto com dandismo
O nó da minha gravata,
É inda um defeito inútil
- Dos poucos que hei-de manter.
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António Botto

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