quarta-feira, 25 de agosto de 2010


DIÁLOGO
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Minhas palavras são a metade de um diálogo
obscuro continuando através de séculos impossíveis.
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Agora compreendo o sentido e a ressonância
que também trazes de tão longe em tua voz.
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Nossas perguntas e resposta se reconhecem
como os olhos dentro dos espelhos.
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Olhos que choraram. Conversamos dos dois extremos da noite,
como de praias opostas. Mas com uma voz que não se importa...
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E um mar de estrelas se balança entre o meu pensamento e o teu.
Mas um mar sem viagens.
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Cecília Meireles

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