quarta-feira, 11 de agosto de 2010


MULHER E GATA
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Ela brincava com a gata
E era admirável ver as duas,
A branca mão e a branca pata,
Brincando à noite, na penumbra.
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Ela escondia - a celerada ! -
Sob as mitenes de fio escuro
As assassinas unhas de ágata,
Claras, cortantes, como um gume.
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Fingia-se a outra adoçada
E retraía a garra afiada,
Mas o diabo nada perdia...
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E no toucador retinia
O som de aéreas gargalhadas
E quatro pontos fosforesciam.
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Paul Verlaine
Tradução por Fernando Pinto do Amaral

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