domingo, 21 de novembro de 2010


CANÇÃO DO CAMINHO
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Por aqui vou sem programa,
sem rumo,
sem nenhum itinerário.
O destino de quem ama
É vário,
como o trajeto do fumo.
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Minha canção vai comigo.
Vai doce.
Tão sereno é seu compasso
que penso em ti, meu amigo.
- Se fosse,
em vez de canção, teu braço!
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Ah! Mas logo ali adiante
- tão perto! -
acaba-se a bela.
Para este pequeno instante,
decerto,
é melhor ir só com ela.
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(Isto são coisas que digo,
que invento,
para achar a vida boa...
a canção que cai comigo
é a forma de esquecimento
do sonho sonhado à toa...)
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Cecília Meireles

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